A facilidade com que podemos editar e alterar imagens e fotografias acaba produzindo uma infinidade de montagens e material retocado, que acaba gerando dúvidas em muita gente. Sempre que tenho oportunidade de ministrar aulas sobre Photoshop, Gimp ou edição digital acabo mostrando vários exemplos de imagens alteradas digitalmente. Para quem conhece e trabalha com isso, acaba ficando mais fácil de identificar pequenos sinais nas imagens, que mostram que ela foi editada digitalmente. Mas, esse é um tipo de análise baseado em intuição. Existe uma maneira de fazer esse tipo de análise com base em dados técnicos? A resposta é sim!

Um web site permite usar uma técnica simples, mas eficiente para identificar se uma determinada fotografia foi editada digitalmente. A única limitação nesse tipo de ferramenta é que o sistema só consegue analisar arquivos jpg. Essas imagens também devem estar hospedadas em algum servidor na web, pois o sistema não permite enviar os arquivos.

O web site é baseado em um algoritmo chamado de Image Error Level, que analisa o nível de erro com que uma imagem foi salva.

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Como funciona?

O processo usado nesse web site é relativamente simples de compreender. Todas as vezes que uma imagem é salva no formato JPG, os dados sofrem uma compressão do tipo Lossy. Isso significa dizer que todas as vezes em que salvamos uma imagem, dados são perdidos. Esses dados são representados pelas cores geradas no processo de analise. Quando indicamos uma imagem já hospedada na web, o sistema salva novamente o arquivo usando um índice de qualidade conhecido. Por exemplo, o sistema salva uma imagem com 70% da qualidade original e compara os pixels resultantes com o que deveria ser uma compactação em 70%. Caso exista alguma diferença, ela geralmente aparece na forma de pixels com brilho maior que o normal.

Com essas informações podemos afirmar com mais propriedade que imagem determinada fotografia foi digitalmente alterada ou manipulada. Uma característica interessante dessas imagens editadas, é que partes das imagens geralmente foram salvas várias vezes, ocasionando níveis de erro muito maiores que o normal.

Assim o processo de identificação das montagens e retoques acaba tendo base técnica e não na experiência do artista, o que se encaixa perfeitamente em processos de análise forense de imagens.