O que é Offshoring? Esse é um modelo de relacionamento entre empresas, em que parte da produção ou prestação de serviços é passada para outros países. O movimento de Offshoring é muito forte em vários segmentos da indústria e na prestação de serviços, em especial os que falam a língua inglesa. Mas, qual a relação disso com a computação gráfica? A relação é total! Nos países em que o mercado de computação gráfica é mais maduro, muitas empresas já terceirizam partes da produção de jogos e efeitos para localidades como a Índia e países asiáticos. Um ótimo exemplo, para o mercado de jogos é a Ubisoft, que tem centros de desenvolvimento de jogos e material gráfico 3d, totalmente aportados na Índia.
A razão é o preço, muito inferior ao que se paga para profissionais em outros mercados. Mesmo com preço inferior, os trabalhos desenvolvidos por profissionais nesses países têm o mesmo nível de qualidade. A conta é bem simples, com mesmo nível de qualidade e menor custo? É certeza que as empresas devem contratar profissionais nesses países, para desenvolver e criar conteúdo.
Agora, como isso pode influenciar o nosso trabalho, aqui no Brasil?
O nosso mercado ainda está em desenvolvimento, mas muitas empresas já começam a trabalhar de maneira séria com computação gráfica e com a explosão da construção civil, o mercado de visualização de projetos está bem aquecido. De longe esse é o segmento que mais emprega na área de computação gráfica.
O nosso mercado está protegido do Offshoring, mas acredito que isso é temporário apenas, um dia isso vai começar a acontecer. Essa proteção é pela falta de cultura no uso da internet por boa parte das empresas e a língua inglesa. Se falássemos inglês, essa proteção já teria se esvaído há muito tempo. Veja que falei sobre proteção e não blindagem!
Quer ver um exemplo de uma empresa que oferece serviços para Offshoring na computação gráfica? Visite o web site dessa empresa, que oferece serviços para várias áreas. Não conheço e nem contratei nada dessa empresa, mas o portfólio de imagens é impressionante. Se o custo for realmente mais baixo, é uma concorrência a se temer.
Repare que isso é um movimento natural do mercado e da economia como um todo. A maioria dos artistas envolvidos com computação gráfica só quer saber de tutoriais e dicas sobre produção. Sei que é difícil se atualizar em temas como economia, mas é preciso entender o funcionamento do mercado para não ser pego de surpresa.
O que fazer para se proteger?
Bem, depois de ler muito sobre o assunto, fiz uma lista de coisas que você pode fazer para tentar se proteger de uma possível onda de terceirização:
- Atuar como intermediário na prestação desses serviços: O artista que souber aproveitar a falta de cultura que as pessoas e empresas têm em relação à internet, pode aproveitar a oportunidade e atuar como intermediário, na contratação de serviços no exterior. Ao invés da empresa contatar a prestadora, você seria o contato deles aqui no Brasil. As empresas e profissionais liberais têm medo de contratar esse tipo de serviço, pela dificuldade na comunicação. Eles sentem falta de ter uma pessoa para quem ligar quando acontece algum problema.
- Prestar serviços mais especializados: Uma saída é abordar mercados mais especializados, com grande potencial de crescimento. Um bom exemplo disso é o de visualização para a área médica.
- Ingressar nesse mundo globalizado e prestar serviços para o exterior: Por último, que tal ingressar nesse mercado? Os nossos custos aqui no Brasil podem ser maiores que os da Índia, mas são bem menores que os apresentados nos EUA ou Europa. Ofereça seus serviços para essas empresas no exterior, mas é necessário manter um alto e constante nível de qualidade nos trabalhos.
Todas essas alternativas envolvem investimento, principalmente no estudo da língua inglesa para facilitar a comunicação. Sempre digo aos meus alunos, que na área de informática o inglês é uma necessidade! Não só a habilidade de ler, mas de falar também.
Se você quer mesmo trabalhar nessa área, precisa pensar nessas coisas. Adotar isso como profissão, significa dedicar grande parte do seu tempo ao longo de 10, 20 ou até 30 anos nessa área. Pensar no futuro da profissão é fundamental para evitar surpresas.
Para quem quiser saber mais sobre isso, recomendo a leitura do livro O Mundo é Plano, do Thomas L. Friedman. Ele fala exatamente sobre essas novas relações de trabalho, que mudaram com a internet. Eu li o livro no começo do ano e posso recomendar.
Às vezes também é bom dar um tempo nas interfaces e na modelagem 3d.
Muito bom esse artigo Allan. Parabéns pelos artigos aqui no seu Blog… Sou um grande frequentador dele.
Bom, gostaria que me respondesse a uma pergunta, se não lhe for inconveniente. O Mercado de trabalho voltado para 3D fica mais concentrado em qual parte do Brasil? Moro em Brasília e ainda sou novo, mas graças a Deus, muito bem instruido sobre sucesso profissional e aqui onde moro é uma das melhores cidades em questão de concursos publicos… E 3D é uma paixão pra mim… Mas enfim, fico com receios em trabalhar nessa area por não saber se isso vai me dar um futuro bom, mas fico assim justamente por não conhecer muito sobre o mercado de trabalho e, como sou novo, não conheço pessoalmente pessoas que trabalham nessa area aqui em Brasília. Ficarei muito grato se você responder minha pergunta.
Abraço
Ola Allan,
Sou brasileira morando em Paris. Faz um ano mais ou menos, meu marido montou em parceria com a empresa para a qual ele trabalha aqui em Paris em Belo Horizonte.
Se trata de uma empresa de terceirização de serviços de programação para empresas francesas. Cada cliente tem uma equipe dedicada. Temos 3 clientes e a empresa avança a passos de gigante com estes 3 clientes. Mais três clientes afirmarão o sucesso do empreendimento.
Gostaria do seu conselho para saber onde posso achar informações sobre concorrentes no setor de terceirização no Brasil.
Pode me indicar sites ou empresas de terceirização com prospecção na França por exemplo?
Obrigada e parabéns pelo artigo. Muito bom
Luiza