Os softwares chamados de 2.5D como o After Effects estão em um limiar bem próximo de um sistema 3d, mas que apresenta algumas pequenas restrições. Mesmo com essas restrições ele é mais flexível que softwares 2D, que fez com que a própria Adobe o classificasse como sendo 2.5D. Assim como acontece com outros softwares de composição, um dos diferenciais do After Effects para trabalhar com composição de imagens para vídeo é a existência de um elemento câmera na sua gama de composição. Como a câmera pode sofrer transformações de maneira semelhante ao que fazemos em softwares 3D, os vídeos e projetos no After Effects assumem níveis de complexidade bem interessantes.

Entre as capacidades do After Effects está a de transformar uma imagem estática em um ambiente pseudo 3d, com o uso de técnicas de composição e separação de elementos em camadas. Se aliarmos a isso o efeito paralaxe, o resultado final é a simulação de uma paisagem 3d derivada de uma foto ou ilustração. Veja o exemplo exibido no tutorial abaixo, em que um artista usa uma ilustração 2d de uma cidade para criar uma animação 3d com efeitos e partículas. Como a imagem mostra uma cidade em destruição, o autor do tutorial usa as ferramentas do After Effects para atribuir vários efeitos atmosféricos no cenário.

Tutorial: 2D image to 3D scene from Evan Schaible on Vimeo.

O segredo para conseguir fazer esse tipo de composição no After Effects é usar as ferramentas que o software compartilha com o Photoshop. Nesse caso seria até possível usar o próprio Photoshop para fazer a separação da imagem em várias camadas. No caso do After Effects é possível fazer as marcações usando a Pen tool para criar diferentes camadas na composição. Em termos de complexidade a seleção dos contornos preza mais pela precisão e habilidade na marcação dos objetos, pois é um trabalho de repetição.

Com as camadas separadas fica relativamente fácil adicionar sistemas de partículas saindo dos prédios, assim como pequenas explosões permeando o cenário. Essa é a parte mais trabalhosa do projeto, em que é necessário localizar e ajustar vários pontos ao longo do cenário.

No final do processo temos uma animação bem interessante e que simula muito bem um ambiente 3d, com base em uma ilustração 2d. Esse tipo de recurso é muito interessante para pessoas envolvidas com produção de material para vídeo, pois evita que o cenário precise ser modelado e animado em softwares 3d para esse tipo de tarefa.